domingo, 30 de dezembro de 2012

A Chegada


A vista aérea que eu tinha daquele lugar, mostrava apenas que estávamos mais perto do meu destino... Nessa hora um misto de ansiedade e tristeza me invadiu... Senti medo... Angústia... Saudades... e até arrependimento... Me perguntei enquanto observava a chuva caindo através da janela do avião, se aquela teria sido mesmo uma decisão sábia. Alguém ali em algum lugar me esperava... Tudo aquilo seria pra mim tão novo, mas por que eu me sentia tão velha? Quem sabe fosse pelo nome dos meus antepassados, agora mortos, que eu carregava...
- ‘Morton’ – Saiu quase como um sussurro...
Nunca havia conseguido associar o meu sobrenome a outra coisa que não fosse à morte... E isso me foi sempre tão peculiar...




Aos poucos Bridge ia tomando forma... A tempestade que caia, na noite de minha chegada, me impedia de vê com nitidez, suas luzes e seus milhares e milhares de prédios e arranha-céus, aquele deveria ser um lugar bem agitado! Como eu viveria ali? Não sei... E minha vontade em descobrir, era praticamente nula até então, mas uma vez que havia sido esta minha escolha, não restava dúvida... Agora só precisava recomeçar.  Como? Quando? Por onde? Respostas para essas e outras perguntas, com certeza viriam com o tempo.



As 4:30 da manha eu já havia desembarcado no meu destino... Um velhinho gentil que atendia pelo nome de ‘Dr. Sullivan’ me recebeu com as chaves de um conversível na mão... Pouco sabia dele, a não ser do seu nome e que se tratava do mesmo Sr. que meses atrás havia me ligado para informar que com a morte de meus pais eu havia me tornado única herdeira dos Morton’s. Naquela momento, eu e o ‘Sr. Gentil’ não dispomos de tempo pra conversar sobre qualquer outro assunto, mas... A julgar pela preocupação em me esperar àquela hora, acredito que o verei novamente em breve. Por hora, me sentia exausta, eu só queria o ‘meu lugar’ ali, lençóis quentinhos e de repente, colo.



A chuva que tinha cessado, voltou a dá os primeiros indícios de que não me daria uma trégua tão cedo, o GPS indicava que logo estaria em casa. Quando saí da estrada, o dia já começava a mostrar os seus primeiros sinais de claridade, e a chuva os seus de que logo teriamos um temporal pela frente, entrei numa espécie de caminho sinuoso, onde a única coisa que eu conseguia enxergar eram as poças de água que iam se formando em minha frente, por um instante eu pensei que tivesse seguido a direção errada. Haviam árvores por todos os lados, o frio conseguia congelar ainda mais o meu coração, aquela deveria ser a parte tenebrosa da cidade... 




O vento soprava forte indicando que logo teríamos uma tempestade, inutilmente tentei subir a capota, mas alguma coisa parecia impedir - Maldita! – Meu acesso de raiva foi interrompido de repente, quando ví surgir magicamente em meio a todo aquele arvoredo um casarão imenso e ao longe a figura de alguém, que parecia me esperar na entrada. Nessa hora a chuva começou a cair mais forte!
- Bem a tempo! 




O portão da garagem se abriu... Ele fez um pequeno gesto indicando o caminho com uma das mãos, um pouco antes de sumir em meio à escuridão que fazia ali fora.



Estacionei e tateei o banco do passageiro a fim de encontrar o guarda-chuva que lembrei tê-lo deixado ali, logo que entrei no carro ao desembarcar. O mesmo que o ‘Sr. Gentil’ havia me entregue, juntamente com as chaves do carro e as seguintes palavras: “Tome! Ainda teremos muita água por hoje, creio que vá precisar!”   
Desci do carro e me dirigi ao interior da casa.




Fiquei surpresa ao abrir a porta e me deparar com o mesmo homem que estava a minha espera na chegada, por onde ele tinha entrado? Bem... Isso depois eu descobriria... Mas essa, pra não dizer ‘ele’ era toda minha recepção.
  


Antes que eu pudesse lhe perguntar alguma coisa ele, deu alguns passos em minha direção.
- Senhora Morton... Seja bem vinda! 




- Obrigada! - respondi - Como devo chamar-lhe?
- Bertrand, Senhora.
- Pode mostrar-me onde fica o meu quarto Bertrand?
- Mas é claro Senhora! Acompanhe-me, por favor.
Subindo as escadas, a direta no fim do corredor... Essa era a localização... Diante da porta ele parou antes que eu pudesse entrar.




- Aqui estamos! Este é o seu quarto, Senhora! Espero que esteja tudo conforme o seu gosto!
Eu ia falar qualquer coisa, mas antes de fazê-lo ele voltou a me interromper.
- Sinto não ter preparado nada para o jantar, mas não sabia ao certo a hora em que chegaria, talvez esteja faminta, prometo compensar-lhe com um café da manhã reforçado, se preferir ainda posso preparar-lhe alguma coisa.




- Não se preocupe com isso Bertrand, não estou tão faminta, só estou cansada...
- Devo retirar suas malas do carro Senhora? 
As malas!!! Eu havia esquecido as malas!!!
- Ah Sim... Faça isso, por favor, mas não se incomode comigo, não creio que precise de tantos cuidados.
- Sim, Senhora.

Disse isso e retirou-se... 





Então aquele era o meu quarto... Há quanto tempo àquela mobília estava ali? De qualquer forma... Os lençóis estavam impecáveis, um cheiro gostoso perfumava o ambiente...  Em outros tempos, de quem teria sido aquele quarto?



Eu precisava de um banho, Bertrand ainda não havia subido com as malas... Deixei a porta do quarto entreaberta, para o caso dele aparecer e fui até o banheiro. enquanto enchia a banheira, ouvi um barulho, devia ser ele... logo constatei.
- Precisa de mais alguma coisa, Senhora? 
- Não... Nada... Obrigada, feche a porta ao sair. – Respondi ainda de dentro do banheiro.




Depois do banho, a única coisa que eu precisava naquele momento era do conforto do meu quarto, e se possível fosse, algumas horas de descanso, senti como se tivesse tirado um peso de minhas costas devido a viagem e toda exaustão que eu trazia comigo desde Champ Le Sims, não demorou muito até que eu caísse em sono profundo...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Luma Morton





‘Hello Stranger!’*

Meu nome? Luma Morton, eu não sou alguém muito sociável, e minha personalidade difícil, e meu jeitinho ‘desajeitado’ talvez dificulte um pouco as coisas entre eu e você.
Mas se existe algo que isso nunca irá impedir, é de me doar por inteira e intensamente, seja mergulhando fundo em novas amizades ou mesmo me aventurando romanticamente com alguém, e essas são duas coisas importantes sobre mim. Ou de repente tudo o que você precise saber.
Não sou pessoa de ‘muitos’ amigos, e amores? Bem, nunca me senti de todo aberta a nenhum tipo de relacionamento muito sério, por que estou sempre colocando os meus ideais acima de tudo, em especial, a minha carreira como estilista, a que eu dedico boa parte do meu tempo... Eu amo mesmo o que eu faço!
Ah é! Quase esqueci, a parte ‘neurótica’ de mim vai enlouquecer você às vezes!  E isso pode ser só um detalhe se comparado ao meu lado ‘esnobe’.
Tenho alguns hábitos noturnos, e por ser ‘amante do sobrenatural’ acabei me transformando em uma pessoa um tanto quanto, ‘taciturna’.
Mas vamos ao que importa, não vim pra Bridge com o intuito de levar a mesma vida tranqüila de antes, e convenhamos que isso seria mesmo quase impossível, em uma cidade como esta, vou sentir saudades do meu ‘‘cantinho ao Sul da França”, Mas sei que breve ele se tornará apenas mais um. Então... Se isso é o que me resta, um brinde ao caos, as futuras noites badaladas, a minha nova vida, ao meu recomeço!
Se chegamos até aqui, já não somos de todo estranhos, também não pretendo lhe chamar assim, só que pra isso eu preciso que deixe qualquer coisa sobre você logo ai abaixo, Por que convenhamos... De mim.. Já deu né?

Então... Aqui começa ‘a nossa’ história e que VOCÊ seja parte importante dela, da minha história!!!


‘Hello Stranger’ – Fala do filme, Closer, perto demais, quem viu deve lembrar... Quem não viu, veja! Fica a dica! ;)