- Bem... Acho que fico por aqui!
E antes de descer do carro ela falou:
- Nos vemos.
- Nos vemos – Respondi.
Fiquei ainda um tempo, pensando sobre as razões
pelas quais ela havia me feito companhia por um dia inteiro, afinal foi eu que
a segui até a biblioteca aquela manha, teria ela notado, ou por outra razão
desconhecida decidiu fazê-lo? Ou ela era mesmo louca de pedra, ou perceptiva
demais a ponto de notar o quanto eu me encontrava perdida aquela manha. Ela deu
vida ao meu dia, e eu finalmente tive a sensação de que já pertencia aquele
lugar!
- Espere!
Ela me olhou assustada, enquanto eu descia do carro em
meio à escuridão da noite, caminhei até ela que tentava com dificuldade abrir o
portão de entrada.
- Obrigada!
Em resposta ela me deu um abraço tão apertado que eu pude
jurar ter ouvido os estalinhos dos meus ossos se comprimindo.
- Quel é vc???
A voz de alguém se fez soar pelo lado de dentro
do portão, sem nenhum outro gesto compreendi que ela precisava entrar, o frio
que fazia lá fora era enorme, sentia meu corpo começar a tremer por dentro, com
ela não deveria ser diferente.
- Preciso ir!
- Não quer entrar?
- Fica pra outra ocasião, preciso mesmo ir!
- Bem... já sabe onde me encontrar, aparece
qualquer hora?
- É possível que sim!
A caminho de casa não deixei de pensar em toda agitação
que tinha vivido aquela manhã, muito mais do que eu poderia supor ser capaz de
viver em um dia, estava exausta, mas em mim se fazia presente uma felicidade
estranha.
O ruído longínquo de um trovão me lembrou do problema
ainda existente no carro, pisei firme no acelerador, eu teria que estar logo em
casa, o cenário começou a ficar assustador, as palavras de Raquel ecoavam desde
cedo no meu ouvido. Não que eu temesse algum mal... Mas que diabos de histórias
eram essas que cercavam os meus antepassados? Não queria me deixar impressionar
pelas palavras dela... Mas não era a primeira vez que ao pronunciar o meu
sobrenome eu tinha como resposta o silencio e alguns olhares assustados.
De repente um grito se fez ouvir:
- Sua louca!!!
Senti o sangue no meu corpo congelar... E isso
não era devido o frio que fazia, mas o susto... Fui tomada por uma sensação de
medo tamanha que precisei encostar o carro. Tudo isso rápido o suficiente a
ponto de vê que se tratava de um homem. Tentei me recompor, então
desci do carro e fui até ele, o cenário era sim tenebroso, mas eu
duvido que se tratasse de uma ‘alma penada’.
Tão rápido quanto o meu susto, ele levantou esbravejando e veio em minha direção falando coisas ininteligíveis.
Tão rápido quanto o meu susto, ele levantou esbravejando e veio em minha direção falando coisas ininteligíveis.
- Machuquei você? Desculpe!
- Escuta aqui moça... Por que não presta mais atenção na
estrada, hein?
- Ei... Ei... Eu não vi você! E Convenhamos você estava
praticamente no meio dela... Então por que VOCÊ não presta mais atenção por onde
anda também?
- Você quase me matou!!!
- É... Mas não matei!!!
Percebendo que ambos estávamos errados ele
respirou fundo e continuou.
-Tudo bem vai... Está desculpada! Mas ainda
acho que você não devia dirigir em alta velocidade por aqui.
- Culpe esse mau tempo.
- É... O tempo enlouqueceu de vez, creio que o
inverno chega mais cedo este ano.
- E você?
- Eu o que?
- Como ‘o que’? Pergunto o que faz por estes lados, a esta
hora, zanzando por ai feito coisa de outro mundo!
- Você é quem me devia uma explicação por quase ter me
atropelado, afinal... Por que tanta pressa rumo ao nada?
- “Rumo ao nada”? – Eu quis dá um soco na cara dele, e
antes de responder a pergunta ele continuou:
- Olha... Dessa parte do caminho adiante, não
há nada além da Mansão Morton, a menos que...
- Eu seja uma Morton?
- Você é uma 'Morton'?
- Acho que nos esquecemos de nos apresentar de
maneira adequada. Então, prazer... – Falei enquanto estendia-lhe a mão que logo
sentiu o calor da dele.
- Peter Parker.
- Eu me chamo Luma Morton.
Ele ficou ainda um tempo me olhando, como alguém que
tentava engolir alguma coisa, era aquela velha e conhecida reação ao pronunciar
o meu sobrenome.
- Bem... Agora eu tenho que ir! – disse quebrando o
silencio que havia se formado – Parece que o tempo tende a piorar e se chove,
terei um grande problema pela frente.
Do carro, com uma pequena distancia entre nós ainda
gritei:
- Cuidado com a estrada Peter Parker!!!
Pelo retrovisor vi ele dá as costas e continuar sua caminhada,
Sorri, pisando fundo no acelerador!
Entrei apressadamente, e não me surpreendi ao
me deparar com Bertrand estático no hall de entrada.
- Ainda acordado?
- Não consegui entrar em contato com “a menina”
mais cedo.
- Aconteceu alguma coisa?
- O Sr. Sullivan ligou. Espera sua confirmação
para tratar amanha de assuntos importantes
- Que horas? Ele falou?
- Ao
meio dia, Senhora!
- Confirme pra mim. - Falei enquanto subia as
escadas – Ah... Prefiro ‘o menina’ já falei pra esquecer-se desse ‘Senhora’!
Achei o quarto diferente... Não consegui saber ao certo em
que exatamente, mas alguma coisa nele não estava igual ao que eu havia deixado
de manha. Procurei na gaveta alguma coisa mais leve pra vestir antes de dormir.
No banho, enquanto a água morna deslizava pelo meu corpo
eu pensava em todas as coisas que haviam me acontecido até então. Desisti de
vestir qualquer coisa e sai do banheiro direto pra cama.
Tive uma noite agitada e em meio a tantos
sonhos na penumbra do quarto eu via a moça na biblioteca, um almoço com uma
estranha que no fim do dia brindava comigo uma amizade recheada de loucuras,
parecia me conhecer, mas pouco me falou sobre ela, e tinha aquela voz no
interior da casa, o homem misterioso no meio da noite, e no final um nome,
Peter Parker... Isso era tudo o que eu havia conseguido arrancar dele.
Se ainda nos veríamos?
Não sei. Em mim uma única certeza havia. A de
que nada acontece por acaso!
Olá Luma! Esse Peter Parker... Hum... Não sei porquê mas parece-me que algo vai acontecer!
ResponderExcluirBeijos, Joana e Ben Franklin
Esse Peter... Pensei como você Joana, acredito que ainda volte a encontrá-lo!
ExcluirAssim eu espero.
Bjos
Peter! =O
ResponderExcluirQuerida, ele é um lindo, e está solteiro! Só não conte para a Sam que eu disse isso! =P
Louca pra saber o que há por trás dos Mortons!
Bjussssssssssssss
Solteiro é? hmmmm...
ExcluirBonito ele é mesmo!!!
Nisso sou obrigada a concordar com você Lana.
E que a Sam não nos mate!
Bjos
Tanto mistério por descobrir! Mas nunca coisa você está certa, "Nada acontece por acaso!". É como um lego, temos que ir juntando as peças para começar a perceber a realidade da junção das peças. Boa sorte, querida, para essa descoberta!
ResponderExcluirBeijinho!
Sorte é o que mais venho desejando Beaz...
Excluire espero que no fim de tudo essa junção de peças não me seja de todo ruim!
Não é muito bom sentir-se privada de parte de sua vida... sinto como se tivesse vivido apenas metade dela.
Bjos!
o que tem por trás dos Mortons curioso aki.
ResponderExcluirabraços
Curioso os dois então Tulio...
ExcluirO que existe por trás dos Mortons? Bem... isso eu também preciso descobrir!
Bjos!
Morton, juro que você me deixa intrigado... Tão misteriosa... Enfim, deixemos seus atributos para depois!
ResponderExcluirAcho que na sua situação, eu teria dirigido em alta velocidade por ai também... É um lugar muito estranho e escuro. Você ainda foi LOUCA de ter parado para ver o cara! Vai que é um assaltante?
Quer dizer que você e a Jessica finalmente vão se ver? Estou ansioso para te conhecer também!
Um grande beijo! ;*
Acredita que na hora eu sequer pensei muito sobre ser um assaltante? o medo maior estava em ter matado um homem... Isso não pegaria nada bem pra mim.
ExcluirA Jessica me apareceu furiosa... e coberta de razão, acho que fui um pouco negligente com a nossa amizade nos últimos dias. Estou feliz de poder consertar isso... também ando ansiosa por lhe encontrar querido Baron!
Te Bjo!
Esta história está repleta de misterio! :D O que será que está por trás do sobrenome Morton. Todos parecem saber menos Luma! Estou mesmo curiosa! ;)
ResponderExcluirbeijinhos
Somos duas Rita... Tenho impressão de que todo mundo tem conhecimento, exceto eu mesma... isso me deixa um pouco aflita!
ExcluirBjos!