Acordei com a luz do dia entrando pela janela do meu quarto, e o som da
chuva acompanhado de trovões assustadores. Levantei ainda sonolenta... Que
horas seriam? Recostei na vidraça da janela, o cenário lá fora indicava que a
chuva havia caído noite adentro. O outono parecia estar se despedindo em grande
estilo. Será que naquele momento o céu de Champ Le Sims, também chorava daquele
jeito? Foi ontem... Mas a falta era tanta, que até parecia fazer uma eternidade
que eu havia saído de lá. Dessa vez eu fui interrompida por outro som, era o meu
estômago.
Revirei
as malas em busca de algo que me agasalhasse naquela manhã fria, tentei dá um
jeito no cabelo e resolvi descer, lembrei-me do café da manhã que Bertrand
tinha falado no dia anterior.
Subindo as escadas, à direita... Última porta no fim do corredor. - repetia
enquanto caminhava -
Dessa vez eu só teria que refazer o mesmo
percurso e de repente eu encontraria o meu Mordomo.
Agora
no Hall de entrada, sozinha... Olhei em volta, nada, nem sinal de Bertrand,
mas a visão que agora eu tive daquele lugar foi diferente a que eu havia tido,
horas atrás...
-
Seja bem vinda, Luma Morton! - lembrei das palavras de Bertrand. - Mas como?
Se era tão óbvio que eu ainda demoraria muito a me acostumar-se ‘dona’ de tudo
aquilo ali.
Quando
entrei na cozinha Bertrand estava sentando em uma mesa de canto, tomando um chocolate
quente,
-
Bom dia!
-
Boa tarde, Senhora!
-
Boa tarde? Mas... Que horas são?
- Um
pouco mais de meio dia, são precisamente 12:30
- Nossa dormi tanto! - ele fez menção em se
levantar ao me ver, mas foi interrompido quando me viu sentar-se com ele à
mesa. - E eu que ainda achei que tivesse dormido pouco menos de 4:00 horas, está
explicada a razão pela qual sinto um buraco negro no estômago!
- Perdão Senhora, colocarei a mesa!
- Não é necessário, apenas me veja alguma
coisa pra comer, e só!
- Sim Senhora!
Ele falou isso enquanto levantava...
- Bertrand...
- Pois não.
- Não me interprete mal, eu apenas não
estou acostumada a tais regalias.
Ele apenas balançou a cabeça
afirmativamente.
Enquanto
Bertrand providenciava alguma coisa que saciasse a minha fome, levantei e fui ate a porta no final da cozinha, abri-a lentamente...
-
Uma estufa!!!
Nessa
hora ouvi ele chamar... Não tive tempo de ver os arbustos, mas prometi pra mim
que jardinagem ali seria um dos meus hobby’s.
Torta de abóbora e rabanada, se o cheiro era
delicioso, imagina então o sabor? Aquela deveria ter sido a torta que ele havia preparado para o
café da manha especial que infelizmente eu havia perdido...
- hmmmm... deliciosa! Você cozinha muito
bem!
- Só faço o meu trabalho! - falou enquanto acendia a lareira de sala de jantar.
-
Está frio hoje, não é? - arrisquei
- Em
dias frios é sempre bom manter a casa aquecida.
-
lareiras acesas até podem aquecer uma casa, mas nunca aquecerá um coração.
- Perdoe
minha indiscrição Senhora... Seu coração por acaso está frio?
- Ouça! - disse levantando-me da mesa na
tentativa de fugir da resposta - A chuva cessou!
- Há pouco mais de dez minutos Senhora - ele
respondeu, e completou tentando disfarçar o seu embaraço diante da pergunta que
acabara de me fazer - Creio que já posso retirar a mesa.
- Ah, sim, claro! A propósito Bertrand... vi que
temos uma estufa! A porta que fica no final da cozinha dá acesso a uma linda
estufa!
- Acredito que também irá gostar de
conhecer o pomar, assim como outros cômodos da casa. - Falou enquanto retirava a mesa.
Sai da sala de jantar e
atravessei o hall de entrada, de fato, eu ainda não tinha conhecido todos os
cômodos da casa, e ela parecia imensa. Agora muito maior que ontem à noite.
Nada ali parecia ter vida, ou pior... Que já
houvesse tido algum tempo atrás.
Entrei no salão de festas, e de uma maneira quase
inexplicável senti como se já tivesse vivido ali, de alguma forma, não me
pareceu tão novo.
Descrever o que eu senti, era impossível.
De repente me vi sentada no piano velho, tentando tirar dele algum som,
qualquer um que matasse aquele silêncio... Pois que se ainda teríamos coisas
mortas naquela casa, então que fosse aquele vazio.
As
aulas de piano na frança, tinham me valido enfim de alguma coisa, eu não era o
tipo de moça prendada... Mas se existia algo que eu considerava ainda
fascinante, eu poderia chamar de conhecimento.
Devo ter ficado ali tempo suficiente para que meu Mordomo sentisse minha
falta...
-
‘Meu Mordomo’ - repeti baixinho essas palavras ao sentir sua aproximação.
Pois esta era quase
imperceptível, ele tinha hábito de se esquivar por um lado e outro daquele
mausoléu, por vezes aquela manhã tive a impressão de que ele fosse parte da
mobília,
- Algum problema? - Disse, levantando-me.
- Perdão Senhora, não era minha intenção interromper-lhe, estava indo alimentar as abelhas, ouvi o som do
piano...
- ...
- Há
quanto tempo não o ouço...
- Não
sabe tocar?
- Não me
atreveria... Estou aqui apenas para cuidar de vossa casa.
- Não
foi o que perguntei. Esteve aqui sua
vida inteira, não?
- Sim
Senhora.
- Creio
que antes de você, os seus pais também serviram a minha família... Deve saber
muito mais dos meus antepassados que eu... Isso aqui é tão meu quanto seu.
- Não
sei tocar... Não tão bem quanto à senhora! Se não for pedir-lhe muito,
continue, Por favor!
Olhei ele ainda uma vez e voltei a tocar o
instrumento, Ele só poderia mesmo está tentando ser gentil comigo, eu não me
considerava uma pianista, muito embora soubesse de ‘cór’ algumas partituras de
Chopin e Beethoven.
Seja
lá de quem tivesse sido aquele instrumento - juntamente com tantos outros
naquela sala - entendia de música suficiente a ponto de encher em outros tempos
aquele salão, agora tão vazio.
Passaram-se ainda alguns minutos, até que
eu interrompesse o transe em que Bertrand se encontrava, as notas que soavam do
piano pareciam transportá-lo para outros tempos em que vivera ali, ele estava maravilhado.
- Não sabe tocar... Mas é tocado pela
música, não é? Bem... É um bom começo. - sorri, quebrando aquele gelo que ele
havia criado entre nós a manha inteira. - A propósito... Me chame de Luma!
Dessa vez... foi ele quem me pareceu sorrir.
- Sim Sen...nhora... Perdão! - e de um
jeito meio desconcertado, ele completou - A que horas devo servir-lhe o jantar?
Hum, Então... É a primeira vez que está nessa casa, ou era tão pequena que não tem lembranças claras sobre ela?
ResponderExcluirE porque será que só voltou agora?
Ainda estou aqui cheia de perguntas...
E como a Best, eu não sei se conseguiria viver só nessa mansão, ainda que haja o Bertrand!
Bjussssssssss
Eu mesma não sei se conseguirei viver sozinha por aqui Lana...
ExcluirPosso ter vivido aqui um tempo, mas tenha sido lá por quanto eu não consigo em hipótese nenhuma lembrar, tudo isso é tão familiar e ao mesmo tempo tão estranho pra mim.
Bjos!
Lindo e misterioso, estou cada vez mas curiosa sinto cheiro de romance no ar; quem sera o homem a reavivar as chamas do coração de Luma?
ResponderExcluirObrigada Neia... Se ate a casa pode ser aquecida e existe alguem capaz de acender as chamas de suas lareiras por que a Luma teria de ser submetida a ficar pra sempre tão só e cada vez mais fria, não é mesmo?
ExcluirBjos!
Nossa quanto mistério... Espero que comece a esclarecer logo todas as nossas duvidas Luma u.u' Bertrand estava maravilhado era mesmo com a música? fiquei com duvidas kkkkkkkkk
ResponderExcluir;*
Pior que eu não sei mesmo Deka... ele vive se esgueirando pela casa, muito embora as vezes eu tenha a impressão de que estou só... por que ele parece parte da mobília.
ExcluirCom que ele estava encantado eu não sei... mas que parecia ter viajado pra outros tempo enquanto me ouvia tocar... parecia! ¬¬
Bjos!
Quando você disse que você seria cheia de mistérios, não acha que está levando a sério demais ? u.u rs
ResponderExcluirQue C-A-S-A maravilhosa o.o
Mas deve ser complicado, pelo que vi você não vivia num luxo assim, e ter tudo isso do dia para a noite é realmente bem confuso '-'
Beijos Luma :*
Gostou da casa Marina?
ExcluirEu pretendo disponibilizar ela logo em breve...
De fato, não estava habituada a um luxo tão grande... Acho que já havia me acostumado a vida humilde que levei em em Champ Le Sims... Tudo isso foi um salto em minha vida!
Bjos!
Bertrand é um homem muito solitário, imagino há quanto tempo o seja mesmo com a família vivendo nessa casa nunca teve liberdade para nada ao ponto mesmo de quando ficou sozinho não se atreveu a mexer em nada, nem numa tecla desse piano. Eu não era capaz, sinceramente falando. E Luma? Luma também me parece solitária, pelo menos agora, talvez ela dê a liberdade a Bertrand que ele nunca teve e talvez mesmo ela aprenda algo com ele ou através de alguma coisa sobre os antepassados dela que ele venha a contar.
ResponderExcluirEstou adorando! Me desculpe por vezes da demora em comentar mas meu tempo é muito limitado.
Beijinhos!
O mais estranho é que ele me parece gostar dessa solidão BeAz... Eu venho tentando prestar mais atenção nele... mas ele se esquiva, parece esconder algo, eu acabo me perdendo e vez ou outra me surpreendo com ele se esgueirando pela casa. Ele poderia ter se libertado dos Mortons com a morte do meu tio-avô, mas não o fez... parece um pacto... algo selado... tem sido difícil tentar convencê-lo de que não serei mais uma 'Senhora' pra ele. Mais uma Morton que precisa ser coberta de luxo e pompa. Não me parece uma pessoa má... mas assim como a casa, também vou descobrindo aos poucos sobre ele, sobre minha familia e me descobrindo!
ExcluirBjos!
Luma, uma pessoa misteriosa, secreta. Essa foi a minha impressão... Curioso em saber mais sobre você.
ResponderExcluirEspero encontrar-lhe em Bridge em breve. Bom a minha vida anda um caos, mas a gente se encontra pelas ruas de Bridge.
Abraços.
Ah nos encontramos sim Chris! Com certeza!!! Não pretendo me limitar a esses muros e a parte sombria de Bridgeport! Te vejo em breve!
ExcluirBjos
Luma, acho que já falei isso, mas estou AMANDO seu diário! Sério!
ResponderExcluirSuas fotos são muito lindas, você escreve muuito bem, e ainda por cima ADORO mistérios (e sua história está recheada deles!! \o/)
Agora voltando a história rs, Bertrand é bem misterioso, hein! Mas ele parece ser uma ótima pessoa... vai ser legal para você saber mais sobre a casa e seus antepassados. E por falar na casa, ela é muito linda!! :D
Já estou ansiosa para o próximo capítulo!
Beijos.
http://diariosthesims.blogspot.com.br/
É Simy... Tem sido difícil tentar algum contato com ele, ele talvez não esperasse uma "Senhora" tão jovem... provavelmente estivesse esperando algum parente distante, bem distante e cheio de luxo... alguem que ele pudesse servir.. ou apenas fazer o trabalho dele, eu não estou habituada a isso e se vamos conviver juntos, preciso reeducá-lo... por que penso que ele há muito não sabe o que é ter um amigo, o que é ser amigo!
ExcluirMas sabe... ontem antes de dormir, agradeci pela companhia dele, por ele estar aqui ainda. Não ia suportar dois dias nessa casa com a certeza de que estaria mesmo sozinha.
Obrigada pelos elogios, eu fico muito feliz que esteja mesmo gostando da história... isso me anima muito!
A casa, eu breve estarei disponibilizando pra download e também uma planta dela, para vcs tomarem conhecimento da movimentação dos personagens, enfim... Eu também estou muito feliz de estar vivendo a Luma e dando vida a ela.
Bjos!!!
Acabei me passando e nem comentei em seu blog, Luma! Peço desculpas!
ResponderExcluirUal! Que casa, hein? Ou melhor, casa é ofensa a essa mansão!
Amei!
Pena que não gosto desse estilo rústico D;
Beijão, Luma ;*
Baron... lamentavelmente ontem li nos jornais o fim do seu namoro, não passou despercebido aos olhos de toda Bridge, já dizia: Gente famosa não se esconde não é mesmo? Confesso que não esperava chegar aqui e encontrar nada muito modernoso, só que tambem estranhei a principio... sabe que ate se acostuma? ja não tenho impressão de ouvir o piso de madeira fazer barulho a noite.
ExcluirBjão Baron!